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Mensagem do presidente - O estigmatizado Touro do Serto

Publicado em 15/07/2014 ás 18:08:08

Dono de um invejável reconhecimento pelo país afora, pois onde se fala em Feira de Santana o Fluminense é logo lembrado como uma referência, o que já conta na história, o Touro do Sertão vem se arrastando numa crise que dura pelo menos três décadas e não consegue se livrar do estigma de time/clube fadado a um melancólico fim. Claro que eu, como centenas de torcedores me posiciono de forma a resistir e lutar contra este destino, preconizado e até desejado por muitos “feirenses”, alguns até se dizendo torcedores desiludidos, mas na verdade são amantes de Bahia, Vitória e outros times, principalmente do sul do país.

O que pretendo é uma reflexão sobre esta prolongada situação de dificuldades por que passa o nosso Flu. Não devo nominar nem fazer referencias que possam ferir susceptibilidades, assim, deixo que cada um daqueles que conhecem, pelo menos um pouco da trajetória do Clube, façam os seus juízos.

A pouco tempo atrás esteve por aqui um estudante, se não me engano originado da Paraíba, desenvolvendo um trabalho visando elaboração de uma dissertação sobre o Fluminense de Feira Futebol Clube, não me lembro como veio referenciado. Por certo já deve ter produzido informações que poderiam nos ajudar nesta inflexão, mas como não as tenho vou me basear em fatos que tenho vivido, esperando que a memória não venha a me trair.

Até meados dos anos noventa a torcida vinha acompanhando, sempre distante e com muita expectativa, o entrar e sair de diretorias, o começo e o fim de temporadas e observando que a cada fim de ano o que restavam eram frangalhos de materiais do time em algum canto, porque nem garagem restava para guardar. Para a torcida, sobrando desencantos e tristezas, ao ponto de amargar rebaixamentos para a segunda divisão.

A partir daqui quero me basear no que vivenciei desde quando fui levado a participar do Conselho Deliberativo, exatamente neste período a que me referi nos anos noventa. Tenho a impressão que naquele momento parte da torcida deixava de ser apenas observadora e passou a ser protagonista, ares de democracia começavam a soprar, possibilidades deveriam surgir e a impressão que se tinha era que a construção efetiva da força do Touro começava a acontecer a partir da participação de novos agentes.

Foram diversos momentos onde o debate sobre a vida do Clube aconteceu, eleições de Conselhos Deliberativos, Diretorias Executivas, alterações estatutárias, dentre outros motivos.

Concomitantemente também aconteceram lançamentos de idéias, críticas, sugestões, projetos, ações de marketing, muito disse me disse e etc., nada tem surtido efeito. Mas, mesmo assim insistia e insiste uma distância entre estes momentos e a possibilidade de uma real transparência na vida do clube.

Pode-se observar, então, que ao longo do tempo instalou-se uma situação, eu diria crônica, de certa hibridez entre o ilegal e o possível (sic), a ponto de há muito tempo o Fluminense não poder dar passos para sair da desorganização em que se encontra. Não tem vida administrativa e contábil regular, nem mesmo pode ter uma conta bancária.

Por outro lado, em conseqüência disto, ao mesmo tempo em que não consegue montar uma estrutura que lhe permita a produção de resultados a partir das divisões de base, também vem sucessivamente decepcionando o torcedor por não obter desempenhos satisfatórios nos certames que tem disputado.

E vem aí mais uma temporada, a de 2011 e com ela mais descrença e expectativas negativas, exceto para uma pequena legião de torcedores, como eu, sempre esperançosos de que algo vai acontecer, a luz no fim do túnel vai surgir e o estigma começará a ser desfeito. Afinal são setenta anos.

Só que para isto é necessário que haja por parte de todos os que sonham, um pouco de humildade e respeito para com a história do Touro e para com as pessoas que de uma forma ou de outra querem somar.

O espírito absolutista, egoísta e autoritário de “dono da verdade” com o qual algumas pessoas agem se dizendo puros e bem intencionados, precisa ser abandonado, porque nada mais tem servido a não ser de alimento ao estigma.

Enfim, é preciso soltar as amarras e libertar o Touro! Viva os 70 anos o Fluzão, Fluzaço!

Este texto foi escrito no inicio do ano de 2011. Como é bem atual resolvi publica-lo agora na nova “página” do Touro.

Sejam bm vindos à nova página na vida do Touro!

 

Gerinaldo Costa

Presidente

Gestão UNIÃO E TRABALHO